30 de novembro de 2015

Agroindústrias agregam renda na economia das famílias do interior

O município de Não-Me-Toque tem registrado legalmente três agroindústrias que produzem embutidos, uma de ovos, um abatedouro de peixes, panificadora, produção vegetal (morangos) e uma de cachaça e licores. Junto com a produção da agroindústria, a comercialização de outros produtos caseiros contribui para aumentar a renda das famílias do interior.
Administradas como empresas, levam produtos legalizados à mesa e, inclusive, oportunizam emprego. Assim acontece com a Embutidos Weber, de Arroio Bonito. O casal Ernani e Dulce Weber, ao lado do filho Cristian e mais dois funcionários, produzem salame, copa e linguiça. A agroindústria, segundo Ernani, proporciona 40% da renda da família, que tem lavoura (soja e milho), e algumas vacas de leite utilizado para consumo próprio.
- Procuramos sempre que temos oportunidade participar de palestras e cursos oferecidos pela Emater e Secretaria Municipal da Agricultura, para trazermos mais qualidade na linha de produtos – disse a agricultora Dulce Weber, 59 anos.
A produção de embutidos é tradicional na Família Weber, vem desde os antepassados. Antes de investir no processo de agroindústria, Ernani sofreu fiscalização e chegou a perder produto. Com os investimentos, aproveitou a fama pela sabor de seus embutidos e incluiu a qualidade e a segurança da fiscalização sanitária, aumentando consideravelmente suas vendas.
Existem também em NMT, agricultores autônomos que vendem pães, bolachas, queijo, hortaliças, que não têm agroindústrias. E foi assim que Renan André Kilpp começou timidamente, com os morangos Tsiga. Atualmente sua agroindústria vegetal produz 16 mil pés de morangos, que vende in natura, como geleia e suco.
- O positivo é que temos apoio da Prefeitura local que nos cede locação para Expo Não-Me-Toque, a estrutura para refrigeração dos morangos, além de adquirirem o nosso produto e o de outras famílias para a merenda escolar – comenta.
Com formação em técnico agrícola, Renan Kilpp deixou o trabalho em Erebango e arriscou no negócio próprio. Voltou a Não-Me-Toque com quase nada no bolso, mas uma ideia na cabeça: produzir o melhor morango para consumo. Começou com poucos canteiros e conforme foi entrando dinheiro, vendendo na rua, foi fazendo investimentos. A fama dos morangos Tsiga cresceu logo: eram grandes, bonitos e saborosos. Assim que parava em um ponto as pessoas vinham comprar e acabavam logo com o estoque.
O crescimento veio através do incentivo do programa municipal de agroindústrias, inclusive com a estrutura física para a produção da geleia.
Segundo a nutricionista da Secretaria de Educação, Francieli Andres, agricultura familiar fornece uma lista significativa de produtos para merenda escolar as escolas de Educação Infantil e Fundamental. É consumido: poupa de morango, carne (pernil suíno, bife, linguiça), além de verduras (alface, brócolis), feijão e batata doce.
Processo de embutidos é exemplo para a região
O concessionário do Abatedouro Municipal, João Volmir Pena dos Santos, confirmou que abate 12 bovinos e 30 suínos por semana, e fornece carne desossada para os embutidos: Weber, Bini e Savadinscky. Todo o processo de abate é acompanhamento pelo veterinário da Secretaria de Agricultura, Rogério Barros Kissmann. A Prefeitura mantém o Sistema de Inspeção Municipal.
- O nosso objetivo é conseguir a certificação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/Poa) que oportunizará a comercialização em qualquer região do país – observou o veterinário.
Sem o Sisbi, os produtos das agroindústrias são comercializados somente no município e nos eventos pelo Estado através da Fetag-RS. Todas as agroindústria do município possuem o selo Sabor Gaúcho.
Fiscalização
Origem animal: Mapa e Secretarias Estaduais e Municipais de Agricultura (carne, leite, ovos, mel, pescados). Bebidas: Mapa (não alcoólicas e fermentadas). Alimentos: Anvisa, Vigilâncias Sanitárias Estaduais e Municipais (demais alimentos, aditivos, água mineral).

TAGS: economia familiar, agroindústria