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Consumidores compareceram em grande número no Super Mercado Cotrijal que abriu no domingo, na véspera do Natal e do Ano Novo.

5 de fevereiro de 2018

Consumidor precisa de incentivo para comprar na cidade

Helaine Gnoatto Zart

A crise dos últimos três anos corroeu a renda das pessoas e reduziu o poder consumo. Para se manterem, as pessoas foram reduzindo itens supérfluos de suas listas de compras. A crise ainda não passou e os trabalhadores buscam alternativas para suprir suas necessidades.

Na semana passada uma declaração do prefeito Armando Roos sobre a evasão dos consumidores, especialmente no setor supermercadista, repercutiu muito. Sua preocupação é com a perda de recursos dos impostos e também com a manutenção dos empregos no comércio e no setor varejista e das atividades de pessoas que têm pequenos negócios nesse ramo.

O assunto chegou ao Facebook e gerou muitos comentários, a grande maioria justificando, nos preços dos produtos, o motivo para comprar fora.

O assunto mereceu pauta especial da Folha que procurou ouvir proprietários e administradores de supermercados, a Associação Comercial e o Governo Municipal acerca de como vem tratando o assunto com base nas demandas apontadas pelos consumidores.

De acordo com o vice-presidente da Acint, Cristiano Lima, o consumidor precisa sentir que tem vantagens na hora de escolher onde vai comprar.

 

Cotrijal planeja abrir supermercado aos domingos

Atenta ao comportamento do consumidor, a Cotrijal trata os assuntos da rede de supermercados presentes em sete municípios, através da Superintendência de Varejo. Uma das estratégias é abrir aos domingos, ampliando a oportunidade de compras, mas o assunto depende da liberação do Sindicato dos Comerciários. Também encontra barreiras internas, devido à preocupação com o dia de descanso dos funcionários.

O superintendente de Varejo, Valcir Zanchet, avalia que não está ocorrendo uma evasão de consumidores para Carazinho, mas sim a atração da população regional para um único estabelecimento, cuja precificação de alguns produtos não é compreensível para quem conhece este ramo de negócios.

Zanchet reconhece que o trabalhador está com seu orçamento familiar apertado e está abrindo mão de algumas vantagens para fazer render o seu poder de compra. No entanto, defende a política de conduta da Cotrijal destacando que a cooperativa é uma empresa que está no mercado há 60 anos e pretende se manter ativa, cumprindo sua missão. Sua gestão é transparente e partilhada com um conselho e cobrada pelos associados.

- Os preços praticados pelos Supermercados Cotrijal se equiparam aos praticados pelos demais supermercados de Carazinho e Passo Fundo. Hoje nós somos competitivos a nível de Brasil. Nossas compras são feitas através de uma central que reúne 17 cooperativas e as margens de descontos em grande volume chegam ao máximo de 4%. Nós trabalhamos dentro de uma política que considera: bem-estar do cliente; variedade de produtos e manutenção das marcas que têm a preferência do consumidor; estacionamento; ambiente limpo e ar condicionado; certificados de vigilância sanitária; bom atendimento e valorização dos funcionários nas questões de horas trabalhadas e recolhimento dos impostos. Tudo isso almejando ser competitivo - afirma.

O superintendente destaca que as promoções dos Supermercados Cotrijal são competitivas e a linha de produtos também contempla marcas mais populares que são sólidas e podem ser encontradas todas as vezes que o consumidor entra nos supermercados. Mas se teve um erro, foi a Cotrijal não dar visibilidade a esses produtos.

- Nossa política de marketing nunca foi agressiva, nem na forma de chegar ao consumidor nem na demonstração dos preços, porque prezamos pela inteligência do consumidor. Em nossas prateleiras e anúncios ele nunca vai encontrar produtos com data de validade próxima do fim, focando preço para a mercadoria e segregando a variedade no caixa. Nós procuramos repassar as vantagens para o cliente, nossa política de preço não é de explorar – garante Zanchet.

Consumidores compareceram em grande número no Super Mercado Cotrijal que abriu no domingo, na véspera do Natal e do Ano Novo.

Acint defende valorização do comércio e a competitividade

Na ausência do presidente Douglas Marchi, que se encontra fora de Não-Me-Toque em período de férias, o vice-presidente Cristiano Lima, que nos dois últimos anos esteve à frente da diretoria da Acint, afirma que a Associação Comercial sempre esteve atenta à questão de fidelizar o consumidor para que adquira bens e serviços na sua cidade. No entanto, a crescente evasão nos ramos de alimentos e combustíveis foi sentida mais forte no último ano.

- Os comerciantes de Não-Me-Toque, durante muito tempo, acostumaram os clientes evoluindo em qualidade dos produtos, do ambiente, no atendimento, capacitando profissionais e remunerando bem seus funcionários e, logicamente, isso tem o seu custo, tirando a competitividade se compararmos com a realidade do estabelecimento que está atraindo consumidores de toda região. Agora, vivemos uma realidade de queda de poder de compra dos salários e o que está acontecendo é uma consequência disso – avalia.

O dirigente da Acint entende que a primeira necessidade do trabalhador é suprir as necessidades de sua casa, em detrimento da qualidade dos produtos, data de validade, satisfação das pessoas que os estão atendendo, ambiente e até distância.

- O consumidor também não está levando em consideração que os membros de sua família vivem dos empregos gerados na sua cidade, que são fomentados pela engrenagem do consumo, que faz rodar a economia local – alerta.

Cristiano Lima é cuidadoso com as palavras e não condena o consumidor porque, assim como o empresário cuida dos custos, também o trabalhador precisa fazer seu salário render para manter as necessidades básicas da família e cumprir compromissos financeiros.

Segundo o vice-presidente, a Acint vem trabalhando para alertar e oferecer ferramentas que ajudem os empresários a gastar menos, comprar melhor para atrair mais os consumidores. Citou como prova as promoções diárias, ofertas semanais e os informativos de ofertas publicados quinzenalmente pela principal empresa do ramo de alimentos da cidade, tentando fazer frente à concorrência de fora.

- É importante que o consumidor tenha consciência do esforço que as empresas locais fazem para manter sua qualidade, os empregos e a qualidade de vida de seus funcionários, competindo dentro dos seus limites de margens. No ano passado, quando tivemos o ápice da crise, muitas empresas abriram mão do lucro para manter os empregos, valorizando o funcionário – alertou.

Cristiano Lima considerou importante que o assunto tenha sido levantado, oportunizando uma abertura de diálogo entre a sociedade, empresários, Acint e Poder Público, um dos interessados para que os recursos gerados pelos salários sejam gastos na cidade, gerando aqui os impostos.

 

Natal Étnico Premiado sem cupom

A promoção que distribui prêmios para quem consome em Não-Me-Toque teve um novo modelo no ano passado. O consumidor deixou de receber cautelas por nota fiscal de compra. Para concorrer aos prêmios, foi exigido o CPF na nota fiscal. Os sorteios ocorreram através do programa Nota Fiscal Gaúcha.

A decisão foi da Administração Municipal, patrocinadora dos prêmios. A Acint, que iniciou a campanha de incentivo às compras em Não-Me-Toque, deixou de ser promotora para ser apoiadora do Natal Étnico Premiado.

De acordo com o secretário municipal de Finanças, Naor Kümpel, em 2017 foram distribuídos R$ 20 mil em prêmios para quem se cadastrou no programa Nota Fiscal Gaúcha (NFG) e informou o CPF para emissão da nota fiscal de compra de produtos e serviços.

O Município de Não-Me-Toque aderiu ao programa estadual e definiu a premiação para dois contemplados por mês no NFG que recebem o valor do prêmio oferecido pelo Estado mais o valor oferecido pelo programa municipal (prêmios de R$ 1 mil e de R$ 2 mil), o Natal Étnico Premiado. Além desses, todos os cadastrados participam do sorteio geral do Estado. Neste mês de fevereiro, Arthur van Riel Drum foi contemplado no sorteio geral do Estado e os dois ganhadores do município ainda não haviam sido divulgados até ontem. O programa municipal só deve ser retomado após a avaliação, cujos relatório o secretário Naor Kümpel deve receber até o final do mês de fevereiro.

- A partir dos relatórios poderemos avaliar se tivemos aumento da emissão de nota fiscal e crescimento na arrecadação do ICMS – explicou.

Segundo Kümpel, em 2017, 14 cidadãos de Não-Me-Toque e de cidades vizinhas que fizeram compras aqui foram contemplados com os prêmios de R$ 1 mil e de R$ 2 mil do programa municipal mais os valores oferecidos pelo NFG do Estado.

Para o vice-presidente da Acint, Cristiano Lima, é preciso avaliar a mudança, para ver se o consumidor respondeu bem à nova modalidade de premiação, se ele sentiu que pode ter mais vantagens comprando em Não-Me-Toque do que em outra cidade.

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