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Notícias

20 de abril de 2015

Família Graeff promove encontro em Não-Me-Toque

O segundo encontro da Família Graeff deve acontecer em 2016, no aniversário de 80 anos de Dante Graeff
O segundo encontro da Família Graeff deve acontecer em 2016, no aniversário de 80 anos de Dante Graeff

O aniversário de 80 anos da Maria Beatriz Graeff Erpen, completados no dia 23 de março, impulsionou a ideia de promover um encontro dos descendentes de Antônio Augusto e Ana Maria (Cota) Graeff.
O primeiro encontro da Família Graeff aconteceu no domingo, 5 de abril, reunindo 138 pessoas com idade entre 2 meses – Caio, bisneto de Mário Graeff, que veio de Florianópolis com os pais – e 80 anos, idade da aniversariante, Maria Beatriz. A festa foi um encontro de gerações e de culturas. Veio gente da Austrália, da Itália (Vêneto), Campo Grande (MS), Formosa (GO), Ilhéus (BA), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e os gaúchos de Pelotas, Porto Alegre, Passo Fundo, que se reuniram aos não-me-toquenses.
Júlio Graeff foi o responsável pela organização do evento. De Campo Grande (MS), consultou a família e conseguiu a data de consenso. Com o uso da rede social Facebook, disse que não precisou de muito tempo para fazer os contatos. Em duas semanas conseguiu montar a árvore genealógica a partir do casal Antoninho e Dona Cota, estruturando até a sexta geração. Filhos e netos ficou completa. Bisnetos tem poucas lacunas e, a partir daí, Júlio espera que todos possam contribuir preenchendo a árvore com suas informações e fotografias.
Segundo Júlio e seu tio Dantinho, que residem em Campo Grande, a história dos Graeff iniciou com a chegada dos irmãos Antoninho (aos 14 anos), Eduardo e Alberto, em Não-Me-Toque, possivelmente no ano de 1897, para abrir a casa comercial que atenderia com suprimentos os colonizadores trazidos pelo Coronel Alberto Schmitt, no início da colonização desta região. Nascidos em Passo Fundo, filhos do imigrante alemão Frederico Graeff abriram aquela que veio a ser a mais importante casa comercial da Colônia do Alto Jacuí.
O clã dos Graeff iniciou aqui uma ascensão que registra todas as primeiras fases econômicas da região e depois do município de Não-Me-Toque: o comércio, madeireira, criação de suínos, frigorífico (agroindústria de embutidos que abasteceu Porto Alegre e São Paulo) e lavoura. Antônio Augusto foi o primeiro a importar trator e colheitadeira e a cultivar mil hectares de trigo. Foi em suas terras existiu o primeiro aeroporto da região.
Antoninho casou-se com Ana Maria de Quadros (1903), descendentes da Família Quadros, os primeiros estancieiros e proprietários de terras na região. São seus filhos: Júlio, casado com Odila; Victor, casado com Inês; Pantalhão, casado com Rosina; Antenor, casado com Vena; Arlinda, que casou-se com Rômulo; e Mário, casado com Nêmora.
Maria Beatriz Graeff, a aniversariante, que casou-se com Eloy Erpen, vem a ser filha de Júlio e Odila. Tiza para os familiares, Tita para os não-me-toquenses, resumiu assim o encontro:
- O eu tem de mais lindo na vida da gente é a família! Todos que aqui estiveram me trouxeram muita alegria e demonstraram que me amam, assim com o eu os amo. Esse sentimento me motiva todos os dias e me faz feliz.
Carlos Graeff Teixeira, que veio de Porto Alegre para o evento, depois de mais 40 anos longe de Não-Me-Toque, deixou-se tomar pelo saudosismo e junto com os demais, viveu excelentes momentos, desde a serenata até as longas conversas rememorando a infância e a juventude vividas na cidade.
- Cada um de nós tem um conjunto de lembranças e emoções do período que viveu aqui e esse momento contribuiu para o resgate dessas memórias que são importantes para nós e acredito que também para Não-Me-Toque, pelo papel que os Graeff tiveram na história deste município – comentou Carlos lembrando que a partir da sua geração ocorreu uma diáspora e os encontros da família deixaram de ocorrer.
O filho de Arlinda e Rômulo, neto de Antonino Graeff, lembra que seu avô é filho de imigrantes alemães, radicou-se ainda jovem em Não-Me-Toque e constituiu uma família que se espalhou pelo Brasil.
Carlos Teixeira considera que o resgate da contribuição que as diferentes famílias fazem pelas comunidades é algo que tem ficado um pouco esquecido nas últimas décadas, mas que precisa ser valorizado, mesmo com o avanço da globalização.
- Ao mesmo tempo em que o mundo se abre, não se deve esquecer a cultura e a contribuição das comunidades. Não podemos perder essa história porque é a raiz de tudo que veio depois - observa.
Lais Graeff, filha de Mário e Nêmora, neta de Antoninho e dona Cota, exaltou a alegria do encontro:
- Foi uma emoção inesquecível. Caminhar por aquelas ruas cheias de histórias, lugares e fatos, levando pelas mãos minhas filhas e meu neto, foi um presente de Páscoa como nunca eu tinha recebido. Voltei no tempo e por muitos momentos voltei a ser criança e adolescente. Foi muito bom fazer festa e comemorar os 80 anos da Tiza. Foi muito bom encontrar com primos vindos de tão longe, foi muito bom sentar na praça até altas horas cantando, rindo e sair fazendo serenata.
A veia musical da família tem sua razão de ser.  Conforme relata a bisneta Bibiana Graeff, por volta de 1934, a família de Antonio Augusto Graeff, reunia-se, aos sábados na sala de música: Júlio e Odila com violinos, Victor no violão e bela voz, Pantaleão com seu clarinete, Antenor com sua flauta transversal. Arlinda ao piano. Mário com seu cavaquinho e a soprano lírico  Nêmora.
- Esta é a minha grande lembrança dos filhos do coronel Antonio Augusto Graeff em Não-Me-Toque. Na mesma sala: vó Cota na sua cadeira de balanço... – relembra Bibiana.

Casa comercial dos Graeff marcou época no início do povoamento de Não-Me-Toque
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A história do Coronel Antoninho e Dona Cota pode ser contada em livro. Neto Júlio Graeff foi motivado a dar continuidade ao trabalho de pesquisa que realizou para o primeiro encontro da família
A história do Coronel Antoninho e Dona Cota pode ser contada em livro. Neto Júlio Graeff foi motivado a dar continuidade ao trabalho de pesquisa que realizou para o primeiro encontro da família
O aniversário de 80 anos de Maria Beatriz Graeff Erpen motivou o encontro
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