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Notícias

30 de maio de 2016

PDT expulsa Cherini e suspende 6 que votaram contra o impeachment

Meu “crime” foi o de insistir em representar meus eleitores, que ante o mar de lama que se instaurou no país ansiavam por mudança e pela responsabilização daquela que fora eleita para defender a população, mas que acabou por perpetrar inúmeros crimes de lesa-pátria - Giovani Cherini
Meu “crime” foi o de insistir em representar meus eleitores, que ante o mar de lama que se instaurou no país ansiavam por mudança e pela responsabilização daquela que fora eleita para defender a população, mas que acabou por perpetrar inúmeros crimes de lesa-pátria - Giovani Cherini

 A Comissão de Ética do PDT (Partido Democrático Trabalhista) decidiu, nesta segunda-feira (30), no Rio de Janeiro, expulsar o deputado federal Giovani Cherini do partido. O deputado federal gaúcho contrariou a direção da legenda e votou a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Cabe recurso da decisão.

Filiado ao PDT há 28 anos, Cherini é o deputado federal mais votado da história da legenda no Rio Grande do Sul, com 115.294 votos nas eleições de 2014.

Líder da bancada gaúcha, deputado federal do partido mais votado no Estado, Cherini considera uma "injustiça" ter sido expulso em razão do voto. A decisão foi tomada pelo diretório nacional do PDT na tarde desta segunda-feira, no Rio de Janeiro. 

Cherini ignorou a orientação do partido, contrário ao impeachment, e abriu o voto favorável na véspera da votação da Câmara. Ao todo, seis deputados do PDT apoiaram o andamento do processo contra Dilma. Cherini foi o primeiro a ser expulso. Em nota publicada na sua página na internet, o parlamentar admitiu a tristeza pela decisão e não antecipou seu futuro.

O PDT expulsou o deputado por ignorar a orientação do partido e votar a favor do impeachment. Outros deputados que tiveram a mesma posição foram apenas suspensos. 

NOTA PÚBLICA

‘‘ Devo-lhes dizer, pois, neste momento, que me sinto podado nos meus ideais, limitado nas minhas funções, obrigado a distanciar-me dos meus companheiros de partido. Tenho a terra, e me falta o arado; tenho a pauta musical, e me falta o violino; possuo excelentes asas para voar, mas tiraram-me o céu azul!’ ’

Contraditoriamente, vivo hoje o dia mais triste e o dia mais feliz da minha vida política. Triste por me expulsarem da única agremiação política a qual fui filiado e que ajudei a construir nos últimos 28 anos, e feliz pelo sentimento do dever cumprido para com os meus 115.294 eleitores, mesmo nos momentos mais difíceis.

Fui “julgado” em um processo de cartas marcadas. Antes mesmo da votação do impeachment, o Sr. Carlos Lupi já havia decretado minha expulsão pela mera intenção de eu votar favoravelmente ao impedimento da Sra. Dilma Rousseff, tal qual se noticiou amplamente na imprensa. A decisão do Diretório foi apenas homologatória, própria de um partido que tem dono.

Se fizeram isso com um deputado federal, que foi chefe de Poder, com seis mandatos consecutivos, o que farão com os demais deputados, prefeitos e vereadores pedetistas Brasil afora? Qual a segurança jurídica que eles têm?

Meu “crime” foi o de insistir em representar meus eleitores, que ante o mar de lama que se instaurou no país ansiavam por mudança e pela responsabilização daquela que fora eleita para defender a população, mas que acabou por perpetrar inúmeros crimes de lesa-pátria. Como compactuar com o descontrole das finanças públicas e com o surto inflacionário, e com a carestia e o desemprego por eles provocados? Como avalizar o estelionato eleitoral, a obstrução à Justiça e a institucionalização da corrupção como uma forma de governo e como um meio de perpetuação no poder?

Enfim, de acordo com os fatos e segundo minha consciência votei pelo impedimento da presidente da República, com o forte sentido de estar cumprindo o estatuto partidário, que em seu primeiro artigo estabelece como compromissos básicos do PDT a defesa da integridade e do interesse nacional, e a dignificação da função pública, sob a inspiração da moral e da ética, com o objetivo de servir ao cidadão. Ademais, desafio quem quer que seja a indicar uma só vez que eu tenha me manifestado ou votado em desacordo com as diretrizes do programa partidário.

Fui, enfim, vítima de um covarde, que com interesses inconfessáveis comanda o PDT com mão de ferro sem jamais se colocar sob o crivo do voto popular, inarredavelmente divorciado da vontade das bases populares que diz representar.

Para onde quer que eu vá fazer política, continuarei trabalhista, pois tenho o exemplo do meu sempre líder Leonel Brizola a seguir. Quando a ditadura lhe arrancou das mãos a sigla PTB, ele não se acovardou e seguiu adiante, pois o trabalhismo é bem maior do que um partido: é um patrimônio do trabalhador brasileiro.

Não há arrependimentos e nem rancores. Só a alegria de um maravilhoso porvir. O vento tudo leva, e o tempo tudo apaga. Fica somente a História, que certamente julgará aqueles que não ouviram as vozes das ruas.

Com a força da gente de bom coração e com a fé inabalável em Deus continuaremos trabalhando pelo povo gaúcho e brasileiro.

Um enorme abraço a todos!

Deputado Federal GIOVANI CHERINI,

Coordenador da Bancada Gaúcha no Congresso.

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