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20 de abril de 2017
Preço recebido pelo produtor registra queda de 10,5% em 2017
A perspectiva de safra cheia não repercute diretamente no bolso do produtor. O acumulado dos três primeiros meses do ano registra queda de 10,5% no Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR). Em 12 meses, o resultado é uma retração de 7,03% conforme o Relatório dos Índices de Inflação, divulgado pela Assessoria Econômica do Sistema Farsul. A taxa de câmbio é a principal responsável pelo resultado.
“Os armazéns estão completamente cheios. É um ano de safra cheia mas de preços ruins e o produtor não está disposto a vender”.
Airton Roos – Vice-presidente da E. Orlando Roos
Somente no mês de março o indicador fechou em -5,13%. Arroz (-9%), milho (-14%) e soja (-4%) foram os principais influenciadores do índice. O resultado segue caminho oposto ao do IPCA Alimentos que registra 0,96% no acumulado do ano e 4,04% nos últimos 12 meses. Os números confirmam, mais uma vez, não haver relação entre o preço do campo e das prateleiras em curto prazo.
“Nos últimos três anos o produtor vendeu bem e teve ótimo lucro, enquanto empresas foram fechando e pessoas perderam emprego por causa da crise. Não tem do que reclamar só porque neste momento o preço não é o mesmo de quando o produto estava na lavoura. Dá para suportar muito bem, sem choro.”
Valter Bürgel – produtor rural
A variação cambial impacta também nos custos de produção. Este é o segundo mês que o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) apresenta deflação. Março fechou com -1,60%. Embora os agroquímicos não tenham acompanhado a queda da taxa de câmbio, os fertilizantes acumulam, em média, -14% em 12 meses. O IICP do ano e dos últimos 12 meses também apresentam queda de 1,3% e 0,88% respectivamente.
