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Notícias

6 de abril de 2018

Prefeito sofre grave acusação

Justiça vai avaliar provas da Polícia Civil nas denúncias de assédio contra o prefeito de Não-Me-Toque

O vídeo divulgado na noite de segunda-feira (2) que mostra o prefeito Armando Roos conversando com uma mulher gerou repercussão nacional depois de viralizar em aplicativo de celular. Na conversa gravada sem o prefeito perceber, a suposta vítima de assédio teria ido à Prefeitura para ser contratada para uma vaga de cargo comissionado (CC) e é convidada para ir ao apartamento dele numa tarde.

Esta foi uma das denúncias de assédio que ganhou publicidade quando, junto com o vídeo, foram compartilhadas imagens de documentos de correspondência do delegado de polícia ao Tribunal de Justiça (24 de janeiro), despacho interno do delegado (sem data visível) e documento enviado pelo promotor de justiça assessor ao delegado Gerri (13 de março). Os documentos foram fotografados por um homem, e estavam sobre uma mesa coberta por um mapa da cidade.

Diante da repercussão dos fatos, o delegado de polícia Gerri Adriani Mendes, que recebeu as denúncias de assédio na Delegacia de Polícia de Não-Me-Toque, convidou a imprensa para uma entrevista coletiva na sede da Delegacia Regional, em Carazinho, quando relatou o caso e respondeu perguntas. Ao seu lado estava o delegado Regional, Edson Tadeu Cezimbra, que atualmente é vereador na cidade de Sarandi e recentemente anunciou pré-candidatura a deputado pelo PMDB.

O delegado Gerri disse que no segundo semestre do ano passado uma servidora havia registrado ter sofrido assédio sexual de um integrante da Administração Pública Municipal. Num primeiro momento manifestou que não queria representar (fazer a denúncia). Passados três meses a servidora retornou efetivando a denúncia que por sua vez foi encaminhada para o Tribunal de Justiça do Estado, devido ao foro privilegiado do acusado. Um mês depois o delegado disse que recebeu ofício do Ministério Público da 4ª Câmara do TJ solicitando diligências.

- Quando estávamos procedendo com as diligência chegou na Delegacia uma segunda vítima trazida pela Procuradoria da Mulher da Câmara de Vereadores, com vários documentos e um vídeo que teria sido gravado um ano atrás, os quais nós juntamos e também encaminhamos ao Tribunal de Justiça com a denúncia contra a mesma pessoa – relatou o delegado.

Questionado na entrevista sobre o vazamento dos documentos, o delegado Gerri respondeu:

- A Polícia Civil, por questões legais e éticas, não divulga nome de uma vítima, de investigado ou documento vinculado à investigação criminal.

Afirmou que, contra o denunciado, existe o testemunho da servidora, no primeiro caso, e imagens de conversas no Whatsapp, mais o vídeo do segundo caso.

- O vídeo vai ser avaliado pela Justiça. Todas as pessoas apontadas como testemunhas ou vítimas serão ouvidas – ressaltou.

A Justiça atendeu pedido e concedeu medida protetiva às duas mulheres.

A princípio o delegado disse que está autorizado a investigar o primeiro caso denunciado. O mais recente foi encaminhado na semana passada ao Tribunal de Justiça.

O caso chega ao TJ/RS porque os prefeitos têm foro privilegiado. O Ministério Público poderá abrir inquérito civil e apurar se houve improbidade administrativa.

Prefeito se defende das acusações

Em nota de esclarecimento o prefeito mencionou que iria tomar “providências cabíveis quanto à responsabilização das pessoas e entidades envolvidas com a publicidade indevida dos documentos e vídeo de caráter pessoal”.

A nota de defesa relativa ao vídeo gravado, afirma que a mulher seria nomeada para um cargo de confiança, junto à Secretaria de Obras. O prefeito menciona que a mulher utilizou-se da sua confiança para gravar o referido vídeo, e somente um ano depois veio a público divulgá-lo, após a sua exoneração. Declarou: “lamento este episódio manifestando que as minhas ações sempre foram pautadas pelo respeito e obediência às leis, às autoridades e, sobretudo, à comunidade não-me-toquense”. Concluiu pedindo desculpas pelo fato por ter acontecido junto ao Gabinete.

Presidente da Câmara anuncia medidas

Em nota a presidente da Câmara de Vereadores, Marina Trennepohl Crestani, afirmou que o Poder Legislativo irá buscar o esclarecimento dos fatos e, cumprindo com a prerrogativa constitucional, deverá entregar para a comunidade uma resposta “justa e condizente com os fatos no momento oportuno”.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DO PREFEITO

Eu, Armando Carlos Roos, prefeito Municipal de Não-Me-Toque/RS, em respeito à verdade e à opinião pública, vem a público manifestar-se sobre a acusação de assédio sexual, esclarecendo o seguinte:

Até a data de 5 de abril de 2018, ainda não havia sido citado da ação penal referente ao fato noticiado, tendo sido surpreendido através das redes sociais com a divulgação de documentos referentes ao inquérito policial, sendo que está tomando as providencias cabíveis quanto à responsabilização das pessoas e entidades envolvidas com a publicidade indevida dos documentos e vídeo de caráter pessoal.

No que refere ao vídeo que vem sendo compartilhado pelo aplicativo Whatsapp, considera importante referenciar que mostra tão somente diálogo ocorrido entre o prefeito e a suposta vítima, sendo que esta seria nomeada para um cargo de confiança na Secretaria Municipal de Obras. A suposta vítima utilizou-se da confiança do prefeito para gravar o referido vídeo, e somente um ano depois vem a público divulgá-lo, após a sua exoneração do cargo.

O assédio relatado pela suposta vítima será devidamente apurado durante a instrução processual, se houver o recebimento da denúncia.

Por inúmeros motivos lamento este episódio, manifestando que as minhas ações sempre foram pautadas pelo respeito e obediência às leis, às autoridades e, sobretudo, à comunidade não-me-toquense, a qual peço desculpas pelo fato em questão, principalmente, por ter ocorrido no Gabinete, o que acabou elevando a repercussão do caso.

Armando Carlos Roos

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA CÂMARA DE VEREADORES

A Câmara de Vereadores de Não-Me-Toque (RS), assim como toda a comunidade, foi surpreendida por algumas notícias veiculadas em redes sociais, imprensa local, regional e estadual, as quais tratam de denúncias e suspeitas de assédio sexual por parte de uma autoridade ligada ao Poder Executivo.

É preciso que se haja com serenidade, buscando trazer a luz da verdade todos os fatos ocorridos, sem pré-julgamentos ou ações precipitadas que possam comprometer o papel dos poderes públicos constituídos.

Desta forma, este Poder Legislativo, que têm em suas prerrogativas constitucionais o ato de fiscalizar, assim o fará, com total independência e confiando na integralidade de seus ocupantes, devendo entregar a sua comunidade uma resposta justa e condizente com os fatos no momento oportuno.

Tão logo fique definido a forma em que o Poder Legislativo irá buscar o esclarecimento dos fatos, a comunidade e a imprensa serão comunicadas.

Nosso compromisso é com a verdade.

Marina Fátima Trennepohl Crestani | Presidente

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