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22 de agosto de 2014
Quanto as drogas afetam a vida das pessoas
Em sua nona realização, o Seminário Não Jogue com a Vida escolheu como tema “Drogas: o que tenho a ver com isso” pensando em mobilizar a população para fazer pensar sobre o assunto e contribuir com sugestões e até atuação para combater não os efeitos, mas sim as causas do crescente avanço no uso de drogas.
O objetivo foi mobilizar o cidadão comum – homens, mulheres, jovens – mas na noite voltada para os adultos – dia 11 de agosto - apenas professores e membros de entidades como o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar, Conselho Municipal do Entorpecente, Abcal Vida Nova, um representante das organizações religiosas e autoridades civis compareceram. Uma parte do público ficou apenas o tempo para marcar presença.
Os que permaneceram, contribuíram com sugestões que vão ser discutidas no próximo dia 8 de setembro, no Auditório da Prefeitura. Grande parte das ocorrências policiais que envolvem violência familiar, negligência, abandono, furtos, assaltos e assassinatos tem sua origem na dependência de substâncias entorpecentes que apresenta um número cada vez maior de dependentes, medida pelo número de pedidos de internações pelos familiares.
Contra a liberação da maconha
Convidada para ser a palestrante do seminário Não Jogue com a Vida, a juíza Cristiane Hoppe, que atuou em Não-Me-Toque no período de 2001 a 2007, e atualmente trabalha em Novo Hamburgo, apresentou dados dos países que liberaram o uso da maconha, como Uruguai e dois estados Norte-Americanos, afirmando que são tentativas de combate ao tráfico e das suas consequências, mas que ainda não tem dados estatísticos apontando se são assertivas.
No caso dos Estados Unidos, disse que a maconha é tratada como um produto e visa lucro para os comerciantes, mas não é permitido aos funcionários o uso do produto.
- Sou contra a liberação pela gravidade das consequências e pela falta de comprovação que essas medidas apresentem resultados positivos. Defendo que sigamos o exemplo do Uruguai apenas como atitude para discutir o problema abertamente.
A Dra. Cristiane falou da necessidade de se trabalhar em cima de diagnósticos, para saber a origem do problema e então buscar soluções conjuntas, não mais isoladas como ocorre até hoje.
- Droga é questão de saúde pública e para tratar precisamos de base científica para se adotar um método e depois avaliar seu efeito – afirmou.
Entre as iniciativas bem sucedidas citou a Balada Segura, que forçou muitas pessoas a deixar de beber e o trabalho das fazendas ligadas a instituições religiosas, onde estão os maiores índices de recuperação.
Para desmistificar o estigma de que a Justiça não age nas questões que envolvem drogas, afirmou que o tráfico é crime e sempre da cadeia e que os usuários também sofre penalidades, mas reafirmou sua convicção de que usuário é uma pessoa doente que precisa ser tratado.
- Essa problemática precisa ser enfrentada e Não-Me-Toque, uma cidade em que tudo da certo, que é excelência em tudo que faz será capaz também de fazer dar certo o enfrentamento das drogas – concluiu a Dra. Cristiane Hoppe. Após a palestra os participantes se reuniram em grupos para apresentar sugestões de enfrentamento.
Ações sugeridas para o enfrentamento das drogasEnvolver mais a comunidade
Realizar palestras nos bairros com as famílias
Ocupar os jovens com atividades como esportes, música, artes, cursos profissionalizantes
Criar e manter centros recreativos e turno inverso nas escolas
Ter uma casa de recuperação para tratar o dependente e seus familiares
Criar grupos de apoio a famílias de viciados
Realizar o diagnóstico de quem são os usuários, identificá-los e comunicar as famílias
Responsabilizar as famílias pelas ações dos usuários menores, criminalmente
Evoluir as escolas para inovar as aulas
Combater o tráfico
Trabalhar a conscientização sobre as consequências das drogas desde a infância
Cobrar a severidade na aplicação das Leis
Realizar mutirão da rede em ação
Apoiar as escolas frente à violência escolar
Criar um sistema de Saúde Mental
Aumentar o tempo de internação
Realizar internações compulsórias nas fazendas terapêuticas
Apoiar os jovens no retorno à sociedade e ao trabalho